Operação com saldo positivo anima o setor de seguros

Operação com saldo positivo anima o setor de seguros

O mercado de seguros brasileiro está otimista. Tem registrado crescimento robusto de receitas, ou arrecadação na linguagem técnica, na casa de dois dígitos. Esse desempenho, na visão dos empresários do setor, faz com que as previsões para este ano sejam as mais confiantes. Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), mostram que a arrecadação das empresas chegou a quase R$ 670 bilhões em 2023, com crescimento de 11,5% sobre 2022. Isso contando todas as atividades, incluindo seguro saúde.

O saldo das operações foi bastante positivo, já que no ano passado os prêmios pagos pelas seguradoras, ou as despesas com sinistros, indenizações, sorteios e resgates ficaram em R$ 467,9 bilhões, um aumento de 7,9% sobre 2022, percentual bem abaixo da evolução da arrecadação. “Para este ano, vemos a economia brasileira mais robusta, com o Produto Interno Bruto (PIB) em alta de 2,5%, a massa salarial crescendo 7% em termos reais, a taxa de inflação arrefecendo, os preços das commodities estáveis, e uma retomada das operações de crédito”, afirma Dyogo Oliveira, presidente da CNseg. A entidade projeta um crescimento do setor para este ano de 12%.

Oliveira ressalta, no entanto, que as projeções não se baseiam somente nos aspectos conjunturais da economia, mas em um componente estrutural que vem se consolidando na sociedade após a eclosão da pandemia de covid-19, em 2020. “O pós-pandemia trouxe um componente adicional ao setor, porque o seguro foi muito utilizado durante aquele período, principalmente os ramos de saúde e vida. Devido a esse aumento de demanda, as pessoas passaram a refletir mais sobre a importância do seguro”, afirma o presidente da CNSeg.

De acordo com os cálculos do executivo, o bom desempenho em 2024 será percebido em diversos ramos do mercado segurador. A maior alta deve ser registrada pelo seguro garantia, da ordem de 22%. Isso por conta da retomada de grandes obras, da entrega de insumos para diversas atividades econômicas, do aprimoramento de contratos entre as empresas ou mesmo entre governos e as concessionárias, além de seguro de crédito e seguro para ações judiciais. “O seguro garantia tem impacto com a retomada das grandes obras, do crescimento econômico e do aumento das operações de crédito”, diz Oliveira.

O seguro de bens, que tem no automóvel a modalidade mais relevante, apresenta potencial de expansão de 15% nas projeções da CNSeg. Isso graças ao aumento previsto nas vendas de veículos novos e na renovação das apólices dos que já estão em circulação pelas ruas. Previdência complementar é outro ramo com desempenho positivo esperado pela entidade.

Segundo Oliveira, essa área deve mostrar uma alta de 9% por conta do aumento da renda da população e a redução do endividamento das famílias, o que dá margem para o planejamento financeiro de longo prazo.

A baixa penetração dos produtos de seguro no Brasil, uma queixa antiga do setor no país, é outro fator estrutural que pode auxiliar na expansão.

Oliveira observa que o seguro de automóveis, o mais popular, tem apenas 30% da frota coberta. No caso das residências, apenas 20% contam com seguro. “Em agro, temos apenas 6% da área plantada assegurada”, diz.


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