Open Insurance será novo espaço para inovações

Open Insurance será novo espaço para inovações

Dyogo Oliveira, presidente da CNseg (Confederação Nacional de Seguradoras), concedeu entrevista ao programa “Cidadania”, da TV Senado, na última sexta-feira, dia 10/03, e falou sobre como o Open Insurance permitirá aos consumidores brasileiros escolher melhor quais seguradoras contratar, como esse novo espaço permitirá o desenvolvimento de inovações no mercado segurador, como permitirá a obtenção de serviços mais personalizados, dentre vários outros insights relacionados ao Open Insurance.

Confira abaixo alguns trechos da entrevista:

TV Senado: O que é e quais mudanças ocorrerão para os consumidores e para as empresas seguradoras?

Dyogo Oliveira: De maneira bem sintética, o Open Insurance é uma plataforma na internet onde o segurado ou o cliente que quer comprar seguros vai encontrar todos os produtos de seguro disponíveis, todas as seguradoras que oferecem aquele produto. E ele vai poder contratar o seguro nessa plataforma, vai poder alterar ao longo do período de validade do seguro, vai poder avisar um incidente, solicitar um reparo de um veículo, vai poder fazer qualquer operação que hoje se faz de seguro.

Hoje já se faz muita coisa digitalmente, algumas seguradoras oferecem até aplicativo, mas no Open Insurance, o consumidor poderá fazer tudo no mesmo lugar. Estarão lá todas as seguradoras, todos os produtos e todos os clientes. “É um ambiente de troca de informações concentrado no qual todas as interações a respeito de seguros vão poder ocorrer digitalmente: isso se chama Open Insurance”

Ainda respondendo sobre o que é e como funciona o Open Insurance, o presidente da CNseg deixa claro que os dados dos clientes serão usados somente com a permissão deles e que haverá vantagens para todas as partes envolvidas. “É um ambiente virtual aberto onde todas as informações vão circular, as pessoas vão poder autorizar, e precisam autorizar para que as informações sobre elas circulem dentro dessa plataforma, de modo que uma seguradora consiga analisar o perfil daquele determinado cliente e consiga fazer uma proposta para ele melhor que a de outra seguradora. Então, é um ambiente de troca de informações concentrado no qual todas as interações a respeito de seguros vão poder ocorrer digitalmente: isso se chama Open Insurance”, definiu ele.

As fases do Open Insurance

O apresentador da TV Senado questiona: “Então, a base desse sistema aberto é o compartilhamento de dados?” “Exatamente”, respondeu Dyogo, acrescentando que a 1ª fase do Open Insurance já foi cumprida pelas seguradoras: “Em relação ao compartilhamento de dados das seguradoras, todas elas já cumpriram a 1ª fase, já carregaram na base de dados as informações sobre os produtos que elas oferecem”.

Segundo Dyogo, as seguradoras vão carregar também as informações sobre canais de distribuição, ou seja, como os clientes conseguirão contratar aquele produto: por telefone, aplicativo, etc.

Sobre as outras fases, ele explica: “Agora estamos na segunda fase: a de carregar os dados sobre as operações de seguros: dados das pessoas e dados dos contratos de seguros. A terceira fase é a disponibilização dessa plataforma onde as pessoas vão poder realizar efetivamente as transações. A base de dados realmente é a possibilidade de fazer a informação sobre os seguros e sobre os segurados circular dentro dessa plataforma permitindo que todas as seguradoras analisem melhor o caso específico e possa precificar melhor o seguro de cada pessoa”.

“Uma nova tecnologia sempre traz possibilidades que nunca poderia ser imaginada antes dela existir”

Questionado se esse Sistema Aberto de Seguros muda a competitividade do mercado e abre espaço para que outras seguradoras venham oferecer serviços no mercado brasileiro, Dyogo explica que o mercado brasileiro é bastante competitivo, mas que o Open Insurance traz um novo canal de distribuição, um novo canal de relacionamento entre o segurado e a seguradora. “Dentro desse novo canal, surgem novas possibilidades: haverá uma redução de custo porque as seguradoras terão uma relação mais direta com os segurados, surgirá a oferta de novos produtos que não era possível pelo método tradicional. Uma nova tecnologia sempre traz possibilidades que nunca poderia ser imaginada antes dela existir “, completa ele.

O Open Insurance se tornará uma plataforma integrada aos bancos

O presidente da CNseg explica que na fase subsequente, uma vez que o Open Insurance esteja completo, ele terá integração com o Open Banking, criando um sistema completo de Open Finance, onde as pessoas poderão realizar operações bancárias, de crédito e de seguros dentro de uma plataforma comum.

Mecanismo de empoderamento do consumidor

TV Senado: Quando o Open Insurance for implantado, o consumidor terá mais facilidade de encontrar produtos e preços, como se fosse um Market Place?

Dyogo: O Open Insurance não deixa de ser um Market Place e, no fundo, o Sistema de Seguros Aberto é um mecanismo de empoderamento do consumidor. Ali, o consumidor não só poderá fazer sozinho, como ele poderá negociar cotando propostas dentro da plataforma do Open Insurance.

Mas, acho que esse não é o passo mais importante do Open Insurance, o que será mais importante é que vai permitir a customização dos produtos.

Será possível, com o acúmulo das informações sobre o segurado, sobre o mercado de veículos, será possível analisar melhor o comportamento dos clientes e conseguir oferecer coisas muito mais adequadas para cada um. “Acho que essas plataformas digitais são um novo espaço para o desenvolvimento dessas inovações e para fazer essas inovações chegarem aos consumidores” Acho que com o acúmulo das informações, com as tecnologias modernas usadas dentro das seguradoras, com Inteligência Artificial, com todo o processo de análise do Big Data, que analisa uma quantidade enorme de informações, isso vai permitir o desenho de produtos muito mais adequados para cada tipo de necessidade.

Inclusive, muitos novos produtos já surgiram e estão surgindo muitas iniciativas inovadoras no mercado de seguros que eu acho que essas plataformas digitais são um novo espaço para o desenvolvimento dessas inovações e para fazer essas inovações chegarem aos consumidores.

Cronograma do Open Insurance

TV Senado: O sistema é bastante complexo, envolve muitos dados, muitas empresas, uma base de milhões de consumidores, juntar isso tudo leva tempo.Tem um prazo para que a plataforma comece a funcionar?

Dyogo Oliveira: Esse é um tema que tem nos preocupado bastante porque o cronograma estabelecido pela regulação é muito apertado. Além disso, o Brasil é o pioneiro, então não temos nenhum país no qual nos basear para evitar algum erro ao longo do processo. Nesse momento, nós estamos na fase dois, que tem um prazo até junho e até setembro é a fase 3. Então, digamos que até setembro é a data em que o sistema deve estar completo com todas as funcionalidades disponíveis.

A partir de novembro começa a preparação da integração com o Open Banking criando um sistema único de Open Finance. Com o Open Insurance completo, com todas as funcionalidades disponíveis, teremos daí para frente, a criação de aplicativos e etc. A liberdade criativa é infinita.  


Mais notícias


Vídeos em destaque!

Nossos Patrocinadores