Amazon faz acordo para encerrar casos sobre espionagem de 81 mulheres

Amazon faz acordo para encerrar casos sobre espionagem de 81 mulheres

A Amazon concordou em pagar US$ 30,8 milhões (o equivalente a R$ 156,8 milhões) para encerrar dois casos apresentados pela Comissão Federal de Comércio (FTC, pela sigla em inglês) dos Estados Unidos, relacionados à invasão de privacidade por parte de seus dispositivos inteligentes. Um deles diz respeito à espionagem de mais de 80 mulheres, o outro, à coleta de dados de menores de 13 anos sem autorização.

Segundo a FTC, cerca de 30 mil funcionários tiveram acesso aos dados de crianças. Em um dos casos caso, a FTC afirmou que a Amazon não teria tomado medidas para proteger a privacidade dos usuários de sua câmera de segurança chamada Ring Stick Up Cam, dispositivo conectado à internet, lançado em 2014, que permite aos usuários visualizarem remotamente a porta de sua casa.

Na denúncia, a FTC alega que, em 2017, um funcionário da Ring, empresa que foi comprada pela Amazon em 2018 por cerca de US$ 1 bilhão, teve acesso a milhares de vídeos pertencentes a pelo menos 81 mulheres usuárias do serviço, concentrando suas pesquisas em câmeras nomeadas como "suíte master", "banheiro principal" e "câmeras espiãs".

A gigante do e-commerce pagará US$ 5,8 milhões para resolver a queixa apresentada no Tribunal Federal de Washington, DC. No segundo caso, aberto no Tribunal Federal do estado de Washington em nome da FTC, o Departamento de Justiça disse que alto-falantes controlados pela assistente de voz Alexa coletaram informações sobre crianças menores de 13 anos sem o consentimento dos pais, violando a Lei de Proteção à Privacidade On-line das Crianças.

A Amazon pagará US$ 25 milhões como parte desse acordo. Dentro desse caso, a FTC afirmou ainda que cerca de 30 mil funcionários da Amazon tiveram acesso a trechos de áudio captados pelos alto-falantes entre agosto de 2018 e setembro de 2019 - e não está claro quantos ainda teriam acesso hoje. Cerca de metade desses empregados nem trabalhava com os dispositivos Alexa, afirmou a FTC - o que contraria o argumento da Amazon de que funcionários tinham acesso aos áudios para melhorar o sistema.

A agência criticou o amplo acesso que a empresa dava aos dados de clientes coletados pela assistente virtual.

Procurada, a Amazon disse que "adota práticas e políticas rígidas para limitar o acesso a gravaçoes a funcionários autorizados." Mas não informou quantos têm hoje acesso aos áudios da Alexa.

Em um comunicado, a Amazon disse discordar das acusações da FTC e negou ter violado a lei em ambos os casos. “A Ring abordou prontamente essas questões por conta própria anos atrás, bem antes de a FTC iniciar sua investigação”, disse a Amazon.

No caso da Alexa , a empresa consultou a FTC para garantir que seu programa cumprisse as leis de privacidade infantil, mas concordou com uma mudança que excluirá os perfis das crianças se elas ficarem inativas por 18 meses. Os acordos marcam as primeiras ações da FTC contra a Amazon desde que a presidente Lina Khan assumiu a agência em 2021.



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