Vale a pena ser um profissional da área de operações?

Vale a pena ser um profissional da área de operações?

O mercado de seguro e resseguro brasileiro vêm sofrendo frequentes mudanças, diversas novas iniciativas, bem como novas ferramentas de análise de dados tomaram conta do mundo como um todo. A área de Business Intelligence ganha cada vez mais espaço nas grandes corporações, o que coloca em evidência a importância do processamento correto de dados. Não basta apenas se investir em tecnologia, é preciso, principalmente, valorizar o capital humano que é capaz de analisar e processar dados de maneira detalhista e propor soluções para os resultados obtidos.

O começo e o fim do seguro é o sinistro, ou por receio que ele ocorra ou porque de fato ocorreu. Trabalhamos com o risco e para calculá-lo se tornam necessários dados. Um dos principais componentes da precificação é a experiência histórica, assim, as áreas operacionais de sinistros e prêmios atuam como referência para a área de subscrição. Observar o índice de sinistralidade de uma linha de negócio específica pode auxiliar subscritores na precificação de um contrato de resseguros ou apólice de seguros, provocando aumento ou redução de custos. Desta forma, a perspectiva da área se compromete a ajudar a companhia no seu crescimento. Em outras palavras, a área de operações é considerada o ponto focal da organização, uma vez que se relaciona com os demais setores.

A atividade da área de sinistros é extremamente envolvente porque cada caso é único devido às suas particularidades. Ainda que tenhamos processos a seguir, a análise de cada evento depende não só de conhecimento e experiência, mas também a capacidade de ter uma visão apurada acerca do evento e suas consequências. Outro fator que me encanta neste mundo é como gerenciar eventos que supostamente estão por vir, considera Katia.

É sabido que a gestão de sinistros está calcada na prevenção, fazendo com que gastos operacionais diminuam. Ainda assim, quando da ocorrência de um evento, percebe-se que o gerenciamento está na busca da melhoria constante, fazendo com que os colaboradores da área sejam criativos e eficazes a fim de compilar resultados, atualizar procedimentos, preparando-se para o próximo capítulo.  

Já a área de processamento de riscos e prêmios contribui de forma relevante para a saúde financeira da companhia. Inicialmente, a correta inserção das informações bases de uma apólice, de um contrato de resseguro vão embasar a estratégia, podendo, portanto, levar a alta direção a desenvolver ações e tomadas de decisão para o crescimento dos resultados da empresa, além de propiciar um controle mais acurado do portifólio. O acompanhamento do cumprimento dos prazos de pagamentos é essencial para a manutenção de um fluxo de caixa equilibrado. Através dele, podemos concluir se o valor esperado pela área de negócios se concretizou ou não, se a rentabilidade planejada foi realizada, e essa análise pode antever algum impacto negativo no negócio.

A interação entre os campos operacional e técnico vai além da observância de índices, valores pertinentes ou o simples input de dados no sistema. O analista tem a capacidade de compreender se as cláusulas contratuais, seja para regulação de sinistro seja para pagamento de prêmios, estejam adequadas para aquela apólice e/ou contrato. Além disso, nós como profissionais, temos como sugerir a melhor redação de acordo com a nossa experiência e melhores práticas.   

Na nossa visão, em um passado recente, as áreas operacionais das empresas ficavam em segundo plano, recebiam menos incentivos e consequentemente gerava-se uma forte vontade de migração dos profissionais para as áreas comerciais, visando maior reconhecimento, principalmente financeiro. Conheci durante a minha carreira diversos profissionais vocacionados a trabalhar na área operacional que acabaram migrando para o comercial em busca de maior espaço, mas que ao passar do tempo foram ficando descontentes e desanimados em sua nova função. Em contraponto, já vi profissionais com a experiência, a base do trabalho operacional e de sinistros brilhando em outras áreas, muito pela visão analítica desenvolvida, comenta Mariana.

Acreditamos que hoje, vivemos um cenário diferente, os profissionais que trabalham diretamente com sistemas, análises, processamentos e pagamentos ganharam destaque em nosso mercado e, temos a esperança de que sejam valorizados e que conquistem novos espaços em um mundo cada vez mais tecnológico e com informações disponíveis. Unir pessoas heterogêneas com experiência de mercado faz total diferença como equipe, porque conseguimos interagir bastante e ganhamos muito na troca de conhecimento. A bagagem operacional adquirida em seguros e resseguros, incluindo corretoras, seguradoras e clientes contribui para a organização como um todo, finaliza Debora.   


Debora Figueiredo, Kátia Barbosa e Mariana Gouvêa

Debora Figueiredo, Kátia Barbosa e Mariana Gouvêa

Debora Figueiredo, profissional do mercado segurador e ressegurador há 22 anos. Atualmente, ocupa umas das posições da equipe de operações atuando com a America Latina pela Liberty Mutual Reinsurance. --------- Katia Barbosa, é profissional nos mercados segurador e ressegurador há mais de 15 anos. Atualmente administra a área de sinistros da Liberty Mutual Reinsurance responsável pelo Cone Sul – América Latina. --------- Mariana Gouvêa, há doze anos trabalhando no mercado Ressegurador. No ano de 2021 ingressei na Liberty Mutual Reinsurance na equipe de operações responsável pela América Latina.


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