Sobre ter filhos

Queria aproveitar o mês do Dia das Mães e trazer um texto para uma reflexão muito importante.

Recentemente uma série de incidentes envolvendo escolas, chocaram diversas famílias e amedrontaram outras.

Se você está pretendo ser mãe ou pai, preste muito atenção no que vou dizer.  

Embora o relógio biológico costume ser o impulso para qualquer mulher buscar a maternidade, a mulher e, principalmente ela, deve considerar também outros elementos, além da questão biológica.

Aquele homem ou mulher que deseja usufruir a parentalidade, tem que também pensar na mudança que isso traz, ou seja, prioridades como trabalho, vida social, viagens etc irão mudar. Para alguns pouco e para outros muito. Em seguida, irão entender.  

Ser pai e mãe vem junto com responsabilidades que nem todos estão preparados, ou até mesmo disposto a assumir. E uma delas é a educação.

Não existe manual. Cada criança é única, porém todas, sem exceção necessitam de afeto e limites.  

Portanto, ainda que você seja um profissional, capacitado, bem-sucedido e bem-preparado, a parentalidade é construída no dia a dia, momento a momento, vivências e experiências.

O que você fez, ou o que aconteceu com você, não necessariamente trará o mesmo resultado com sua/seu filha(o).    

E é por isso que educar dá trabalho. Dá muito trabalho! É uma atenção diária e constante, pois os seus atos, reações e valores estão sendo transmitidos a cada minuto.

E a criança é uma esponja. Ela vai absorvendo e guardando, até o momento de usar.

Na grande maioria das vezes, o comportamento dos filhos é um reflexo dos pais. Como pais, somos exemplos primordiais e inevitáveis.  

Por isso dá tanto trabalho. Você além de educar, você está sempre revendo a sua educação, as suas atitudes, pensamentos, crenças e valores.

É um exercício constante de repetição, de paciência, erros e acertos.  

É claro que o ambiente em torno da criação, como a escola e as demais relações irão alimentar o conhecimento dessa criança. Mas cabe aos pais, observarem e pontuarem o certo e o errado, o que pode e o que não pode. A evolução deste processo de desenvolvimento é mais ou menos, um passo para frente e dois para trás. Por isso, tanta atenção!

Além disso, no dia a dia, nós não vemos o progresso. Às vezes, nossos ensinamentos só serão testados ou colocados em prática 20 anos depois. 

E, claro, o limite. Como é difícil! E como cada dia mais é um árduo processo de negociação, com argumentações contundentes, mas também, desculpas ou explicações completamente fora de contexto. Nossas crianças estão sujeitas a diversos estímulos e suas justificativas são por vezes tão eloquentes que dá até vontade de rir, mas que não podemos escorregar nesta tarefa de exemplo.

Todavia, pais não são perfeitos. Como mencionei, não existe uma fórmula mágica, é uma construção. Porém, se temos em mente a esponja e fazemos algo que não queremos que seja repetido ou algo que tenha sido dito por impulso, também precisamos ser humildes e sinceros e dizer onde erramos e por que erramos.  

Desta forma, desenvolvemos a confiança emotiva. E mostramos aos nossos filhos que erramos e que o importante é admitir e corrigir. É um processo contínuo, mas o que precisa ficar claro e explicito é que coisas erradas possuem consequências.

Estamos vivenciando uma realidade de jogo de video game, onde todo mundo é mocinho ou bandido. Todo mundo morre e vive. E, ok, no dia seguinte começa tudo de novo.

Porém a vida não é assim. não pode ser vista de forma tão fútil e sem apego.   

Se houvesse um manual para educar filho, acredito que o melhor seria: Não faça com os outros o que você não quer para você.