O autoconhecimento e seu impacto no mundo dos negócios.

O autoconhecimento e seu impacto no mundo dos negócios.

Provavelmente você esteja pensando: “Será que o autoconhecimento impacta realmente no meu sucesso profissional?” e eu te digo “sim, em absolutamente tudo na sua vida!!!”. Se você já se sentiu esgotada, exausta emocionalmente, mentalmente, este artigo é para você.

Se está constantemente no controle de tudo, é para você. Se julga não ser valorizada, é para você. Se crê que precisa dar muito para receber migalhas, é para você. Se o que produz nunca é suficiente para ser reconhecida, é para você. Se falta motivação, se já não sente prazer no que faz, é para você. Se identificou?

O nosso cérebro é trino, então possuímos um cérebro reptiliano, outro límbico e o neocórtex. E o que isso nos impacta? Tudo.

Hoje manteremos o foco no cérebro reptiliano: mais instintivo, primitivo, formado desde o nosso nascimento, o primeiro na escala neuroanatomica, localizado acima da nossa medula espinhal.

Nele estão alojados os instintos de sobrevivência: medo, sono, fome, proteção, segurança, pertencimento, defesa e ataque, ação e reação. Embora pareça negativo, é nele que estão a pulsão para a vida e o prazer.

Estudos científicos apontam que nossos relacionamentos são amplamente impactados pelo cérebro reptiliano, principalmente na ausência do autoconhecimento.

Por isso, mesmo com extensa base técnica e científica, uma pessoa pode não conseguir criar vínculos de empatia com outra. Ainda que se prepare para uma apresentação de trabalho, pode não gerar conexão com os ouvintes.

O psiquiatra e psicoterapeuta suíço, Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica, em seus estudos empíricos, revelou manifestações ativas do inconsciente pessoal e coletivo diretamente no nosso dia a dia, por isso somos ainda tão reativos ao invés de agirmos conscientemente. 

O inconsciente pessoal carrega, além das repressões, todas as percepções, inclusive aquelas que nem nos damos conta, assim como as informações primárias e ancestrais.

Portanto, lembra daquela colega de trabalho que nos irrita? Podemos estar projetando nela dores inconscientes nossas.

Então, se na nossa infância, por algum motivo, introjetamos uma figura paterna ausente, por exemplo, podemos buscar fora de nós pessoas que nos ofereçam segurança, sustento, proteção, cuidado, pertencimento.

Com isso, podemos nosrelacionar de forma abusiva, ora como vítima (extremamente permissiva), ora algoz (controladora), buscando no outro a segurança, a valorização, o sustento, o amor que não foi bem elaborado internamente.

De forma inconsciente busco compensações no outro do que eu gostaria de desenvolver em mim, ou seja, crio expectativas que o outro me dê aquilo que ainda não me dou. Ao invés de eu me proteger, me valorizar, me amar, fico na espera do outro fazer por mim, o que é insano.

Não percebemos quantos conflitos são gerados em razão da nossa imaturidade, o que impacta profundamente no âmbito profissional.

Muito do nosso esgotamento, seja físico, mental, emocional, se deve a esta busca inconsciente que nos conduz à competição, necessidade de pertencimento, elogios, reconhecimentos, tudo para nos sentirmos capazes, dignas, importantes, amadas, incluídas.

No entanto, o externo nunca garantirá, de forma permanente, sentimentos como segurança, amor, reconhecimento, pertencimento, pois somente podemos desenvolver tais virtudes internamente. Toda riqueza está dentro de nós.

Quando temos clareza de quem somos, dos nossos potenciais, forças e fraquezas, já não somos tão suscetíveis ao meio e podemos encontrar um lugar seguro dentro de nós.

Autoamor, autoconfiança não vem do isolamento, mas das trocas contínuas. O autoconhecimento nos chama ao nosso centro, a um lugar de humanidade. Por meio do autoconhecimento não flutuamos tanto nos complexos e neuroses da psique.

Ao nos reconhecermos humanas nos tornamos mais leves, generosas, divertidas e com isso damos permissão ao outro de ser ele(a) em sua complexidade. Já não queremos modificá-lo(a) a nossa forma.

Os relacionamentos tornam-se trocas mais saudáveis, enxergamos no outro a oportunidade para crescermos no amor, na paciência, na tolerância, na resignação, no estabelecimento de limites e assim por diante.

Portanto, autoconhecimento é o mais elevado presente que podemos ofertar a nós mesmas e ao outro, pois é por meio dele que encontramos soluções mais lúcidas, desenvolvemos novas habilidades, criamos potencialidades, damos espaço à luz adormecida.

Já não depositamos no outro nossas expectativas, evitando assim as óbvias frustrações, colocamos toda nossa energia em nosso próprio desenvolvimento pessoal, melhorando nossa escuta ativa, nossa compaixão e empatia, nossa resiliência, nossa tolerância e paciência, nosso cuidado e zelo, comprometimento, disciplina, foco, percepção, lucidez, clareza entre tantos benefícios.

Observe, nossas dores resultam do distanciamento de nós mesmas, falta de conexão com nossa essência, sufocamento da nossa verdade interior, falta de limites, excesso de permissividade ou rigorosidade, sombras não reconhecidas, as quais fazemos um esforço enorme para não serem reveladas, afinal aprendemos que emoções como raiva, inveja, ciúmes, tristeza, decepção, entre outras, são feias e devem ser esmagadas.

Isto, além de dores, nos traz repressões, transferências, projeções e por as negarmos, não há espaço para elaborações e curas. Enquanto você se colocar em segundo lugar esperará que o outro te coloque em primeiro, e esta busca gerará um preço alto demais, pois só podemos transbordar aquilo que desenvolvemos em nós. Para amar saudavelmente, precisamos nos amar. E para nos amar, precisamos nos aceitar. Para nos aceitarmos, precisamos nos conhecer, nos autorizarmos SER.

Dito isso, abra espaço para VOCÊ, cuide da sua casa mental, dê lugar ao seu coração, tenha mais pausas, gere tempo para CRIAR, coloque mais o pé na grama, descasque mais alimentos e abra menos embalagens, abrace, ria, tome banho gelado, perceba o PRESENTE, gere conexões e observe o que a vida te traz. Veja que o Universo conversa o tempo todo conosco por meio dos símbolos, só precisamos estar AQUI para reconhece-los. Sair do automatismo nos fará ver que a vida está acontecendo AGORA e não vale a pena esperar se aposentar para ser FELIZ.


Milena Xisto Bargieri

Milena Xisto Bargieri

Advogada especializada em Direito Administrativo e Contratual pela PUC/SP, Pós graduanda em Psicologia Junguiana pela UNIMES, prefeita do município de Peruíbe/SP no exercício 2009/2012, vereadora do município de Peruíbe/SP gestão 2017/2020, professora no Portal Semeando Luz (escola virtual de autoconhecimento).


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