Agosto Lilás e a Missão da Sou Segura

O que é o Agosto Lilás? Você sabe a sua origem?

Inicialmente, agosto lilás era uma campanha de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher que foi criada em 2016 pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, com o objetivo de divulgar a Lei Maria da Penha e combater a violência de gênero.

A Lei Maria da Penha é uma legislação brasileira que visa coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra as mulheres.

A escolha do mês de agosto está relacionada ao aniversário da Lei Maria da Penha, que foi sancionada em 7 de agosto de 2006.  

A partir de 2022, a campanha do “Agosto Lilás” passou a ter alcance nacional por conta da Lei federal 14.448/202, cujo objetivo foi o de conscientizar a população e pôr fim à violência contra a mulher.

A realidade da violência contra a mulher em números  

Contudo, o que ocorre na realidade de nosso país é que o Brasil teve um aumento de 5% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com 2021, aponta levantamento feito pelo g1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Assim, são 1,4 mil mulheres mortas apenas pelo fato de serem mulheres - uma a cada 6 horas, em média¹.    

Já a quarta edição da pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, permite estimar que cerca de 18,6 milhões de mulheres brasileiras foram vitimizadas em 2022, o equivale a um estádio de futebol com capacidade para 50 mil pessoas lotado todos os dias. 

Em comparação com as edições anteriores, todas as formas de violência contra a mulher apresentaram crescimento acentuado no ano passado.

A pesquisa ouviu 2.017 pessoas, entre homens e mulheres, em 126 municípios brasileiros, no período de 9 a 13 de janeiro de 2023, e foi realizada Instituto Datafolha e com apoio da Uber.

A pesquisa apresentou um dado inédito: uma em cada três brasileiras com mais de 16 anos sofreu violência física e sexual provocada por parceiro íntimo ao longo da vida.   

Assim, são mais de 21,5 milhões de mulheres vítimas de violência física ou sexual por parte de parceiros íntimos ou ex-companheiros, representando 33,4% da população feminina do país.

Se considerado os casos de violência psicológica, 43% das mulheres brasileiras já foram vítimas do parceiro íntimo.

Mulheres negras, de baixa escolaridade, com filhos e divorciadas são as principais vítimas, revelou a pesquisa.  

Com a pesquisam pode-se estimar que 30 milhões de mulheres que relataram ter sofrido algum tipo de assédio; 26,3 milhões de mulheres ouviram cantadas e comentários desrespeitosos na rua (41,0%) ou no ambiente de trabalho (18,6% - 11,9 milhões), foram assediadas fisicamente no transporte público (12,8%) ou abordadas de maneira agressiva em uma festa (11,2%). ²

Assim, nossa voz ecoa em agosto de 2023 para divulgar dados deste cenário desolador e desafiador.

Agosto Lilás: diga NÃO à violência contra a mulher.   

¹ https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2023/03/08/brasil-bate-recorde-de-feminicidios-em-2022-com-uma-mulher-morta-a-cada-6-horas.ghtml

² https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2023-03/mais-de-18-milhoes-de-mulheres-sofreram-violencia-em-2022